Projeto de lei que regulamenta Uber é uma farsa

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Com uma origem até o momento nenhum pouco transparente e esclarecedora, a proposta de lei que entrega aos municípios o poder de regulação sobre o serviço de caronas pagas por aplicativos e, inclusive, lista exigências para carros e motoristas, infelizmente, tem ganhado força e avançado no cenário político-corrupto.

O texto original e que foi encaminhado ao senado em junho do ano passado foi escrito pelo presidente do Sindicato dos Taxistas de São Paulo, Fabio Godoy, e apresentado pelo deputado Carlos Zarattini do PT (Partido das Trevas). O ponto chave de toda a história, descobrido recentemente, é que o texto original de fato foi criado por Fabio Godoy, que nessa história está longe de ser imparcial, pois ele e toda a classe de taxistas estão juntos criando regras para os aplicativos e estão sobrepondo suas vontades aos interesses dos consumidores.

O projeto de lei que é uma farsa

A informação que mencionei acima consta no site da Câmara dos Deputados e pode ser totalmente comprovada por um simples e pequeno detalhe que passou desapercebido nas pessoas que encabeçaram o projeto de lei, principalmente se referindo a Fabio Godoy.

E qual foi o pequeno detalhe? Bom, ao criar um documento em um computador algumas informações são “fixadas” a ele, e mesmo que sofra alterações nas informações contidas dentro do documento, os metadados (responsáveis por “fixar” essas informações) continuam intactos e, mais uma vez, nos coloca de frente com Fabio Godoy, pois ele aparece como único autor do projeto, uma vez que o documento PDF foi criado inicialmente no dia 15 de junho de 2016, às 15h55, justamente no mesmo dia em que ocorreu a apresentação do projeto na casa de leis.

Os coautores do projeto coordenados por Carlos Zarattini

Não menos importantes que Fabio Godoy, os coautores desse projeto, ou seja, aqueles cuja função são as de colaborarem com a criação do projeto, são os parlamentares Luiz Carlos Ramos (PTN/RJ), Osmar Serraglio (PMDB/PR), Laudivio Carvalho (SD/MG) e Rôney Nemer (PP/DF).

Com exceção de Osmar Serraglio, o restante dos nomes citados são integrantes da Frente Parlamentar em Defesa dos Interesses da Classe dos Taxistas, e todos coordenados por Carlos Zarattini que, aparentemente, tem uma grande ligação Fabio Godoy.

Ao ser interrogado pelo site Spotniks sobre a autoria do projeto, bem como sua ligação com Fabio Godoy, Zarattini se irritou bastante e perguntou qual era a origem dos dados colocados em dúvida e, ao saber, que se tratava de um conteúdo do próprio projeto publicado no site da Câmera dos Deputados, se explicou dizendo:

O Fabio Godoy é um advogado dos taxistas que nos ajudou a construir o primeiro texto para o projeto de lei. Esse texto foi sofrendo várias modificações antes de ser apresentado oficialmente. Se o documento no site da Câmara está com o nome dele, é um problema da informática. Fabio não é deputado. O texto que está lá é meu e eu me responsabilizo sobre ele.

Questionado sobre se ele não via problema em admitir a ação de grupos de interesse sobre o projeto, isto é, grupos de parlamentares e representantes da classe taxistas querendo destruir a viabilidade e possibilidade dos aplicativos continuarem funcionando normalmente nos municípios, Zarattini afirmou:

Não há problema algum nisso. O interesse deste projeto é muito claro desde o início: defender a categoria dos taxistas.

Todos conspiram planejadamente contra os aplicativos

Por fim, há muito mais detalhes do que podemos imaginar circulando por trás desse projeto que visa restringir o funcionamento de aplicativos de transporte como o Uber nos municípios brasileiros, e esses parlamentares e pessoas comuns a sua volta no que se diz respeito a Uber, tramam para acabar com a renda de milhares de motoristas e você é o único que pode impedir isso, seguindo as recomendações da Uber no seu aplicativo de motorista.

Seja coletando assinaturas e levando-as aos centros de atendimento ou mesmo manifestando sua opinião em vídeos no YouTube ou textos em todas as redes sociais. Não deixem acabar com sua renda, não deixem que queiram controlar o seu direito de ir e vir.